quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Árvore, Plano, Rocha e Volume


Análise do exercício “árvore, plano, rocha e volume” segundo os princípios da Gestalt.


Através dos princípios da Gestalt procuramos compreender as relações que definem as características de determinada forma, tanto em relação aos seus próprios elementos que a constituem como também em relação a outros elementos externos.
Para a construção do volume foi feito a divisão de um retângulo em algumas outras formas como triângulos, paralelogramas, quadrados, que foram reorganizados de tal modo a configurar outra situação diferente do retângulo. Através disso é feito o fechamento do volume através de arranjos com formas vistas em planta.
O volume possui uma similaridade em relação ao plano superior que seguem uma mesma linearidade. Ambos são afrontados pelo plano inferior que cria outra relação com o volume, criando outras possibilidades para o espaço. Há outra similaridade entre o pilar e a rocha que se constituem nas extremidades do volume e exercem a função de apoio.
Existe uma continuidade em algumas das fachadas do volume, que juntamente ao plano superior parecem abraçarem a árvore. O piso térreo é livre e possui apenas o plano inferior como barreira, mas que não deixa de permitir a liberdade e a boa continuidade do espaço, ele apenas contribui para dinamizar o espaço.
Considerando a maneira como o volume se distribui juntamente com o plano superior, a árvore e a rocha, podem dizer que eles apresentam uma relação de proximidade e unificação, dos quais geram a intenção de constituírem uma única coisa, contribuindo para o efeito de unidade.
A materialidade da qual os elementos da maquete foram trabalhados permite que possamos identificá-la de um modo geral como possuidora de semelhança, onde as texturas e a cor garantem essa característica.




Análise comparativa

Villa “La Rotonda” – Maquete/ exercício “árvore, plano, rocha e volume”


A Villa “La Rotonda” é uma obra de autoria de artista Andrea di Pietro Della Gondola, mais conhecido como Palladio, datada de 1566. É uma obra renascentista constituída na transição desse período para o barroco, e que se tornou símbolo emblemático da arquitetura ocidental mascando a produção de Palladio. Essa obra persiste até os dias de hoje e é alvo de turistas do mundo todo. 


O exercício “árvore, plano, rocha e volume foi uma proposta desenvolvida na disciplina de Plástica 1, ministrada no curso de Arquitetura e Urbanismo. O exercício tinha como objetivo desenvolver estudos de composição com alguns elementos de tal modo a verificar os aspectos e o comportamento das formas e do sistema desses elementos, obtidos no resultado final.


A análise comparativa entre a obra de Palladio e o resultado do exercício da disciplina de Plástica 1 contribuirá para a afirmação das discussões debatidas em sala de aula.
Como qualquer outro artista renascentista, Andrea Palladio projetava sob o rigor formal por qual a arquitetura passava. Rigor esse que resguardava uma racionalidade geométrica e matemática extremas, como também o uso das ordens grega.
A planta é formada por vários quadrados que formam um quadrado maior, no geral os elementos básicos são trabalhados são o quadrado, o retângulo e o círculo.





A obra possui uma simetria absoluta em diversos eixos.



A volumetria é claramente identificada por um cubo central que recebe outros volumes anexos. No toda a edificação se conformava como um grande volume maciço e travado ao piso.




 Quanto ao entorno. A Villa “La Rotonda” está situada no alto de uma colina e possui uma relação muito importante com a paisagem. Sendo uma das primeiras obras daquela época a considerar a importância da paisagem como parte fundamental do projeto.



Quanto ao exercício “árvore, plano, rocha e volume”, ele surge da composição desses elementos que se dá de maneira mais próxima do que acontece com a Villa “La Rotonda”. Pela planta percebemos que o volume se dá com recortes diferentes da geometria pura de Palladio. Além disso, existem planos que se estendem além do volume central. Ainda há a presença da rocha e do pilar que configuram a mesma função de apoio ao volume e ao plano superior.



Mesmo respondendo a uma racionalidade geométrica, o exercício difere bastante da geometria da Villa “La Rotonda” e também  não possui eixos simétricos, pelo contrário, apresenta uma assimetria que abrange toda a composição.
Diferentemente da Villa “La Rotonda”os elementos do exercício estão sobre um piso plano, o único elemento em relevo presente é a grande rocha, mas que no conjunto torna-se mais um objeto. Além disso, o volume está sustentado pelo pilar, pela rocha e pelo plano vertical, não tendo contato com o piso.